Fênix, a arte do renascimento
Conta a lenda que a Fênix é um pássaro mítico que quando morre entra em autocombustão e após algum tempo renasce das próprias cinzas.
Essa fascinante ave teria também o poder de transportar grandes cargas, havendo histórias sobre ela carregar até um elefante.
Seu corpo revestido de penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas - as cores do sol nascente - e com tamanho aproximado de uma águia ou um pouco maior, compunham sua aparência.
Alguns escritores gregos dizem que seu ciclo de vida é de 500 anos, mas há quem diga também que esse ciclo gira em torno de 97.200 anos.
Ao se aproximar da morte a ave confecciona um ninho perfumado onde vai se consumir em chamas.
A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade como gregos, egípcios e chineses, e em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca tem fim.
Na arte cristã, por exemplo, a fênix renascida tornou-se um símbolo popular da ressurreição de Cristo.
Apesar da fênix ser um mito nós o vivemos muitas e muitas vezes em nosso caminho e essa vivência se traduz em um ciclo que chamamos de ano.
Nossa vivência em fênix não tem 500 ou 97.200 anos, mas 12 meses e existem “ritos de passagem” que simbolizam a autocombustão: são conhecidos como festas de final de ano.
Quando entramos nos mês de dezembro nos aproximamos dessa morte simbólica que tem seu renascimento logo após a festa de ano novo.
Essas festas acabam nos impondo um momento de reflexão.
É justamente nesse período que reavaliamos tudo aquilo que fizemos e conquistamos, que pesamos o que ambicionávamos e o que concretizamos.
Realizar essa avaliação causa um misto de sentimentos: alegrias e satisfações pelas conquistas e também tristeza ou decepção por aquilo que almejamos mas que não foi possível materializarmos por qualquer motivo que seja.
No primeiro momento uma melancolia paira sobre nós, uma melancolia que também tem sua função, que é necessária e faz parte da jornada.
Ela nos deixa reflexivos, interiorizados, ou seja, ela nos deixa em um estado propício para refletir sobre nossa caminhada, nos colocando em contato direto com todo o caminho que já percorremos.
Entretanto esse sentimento apresenta um antídoto: a festa de virada de ano.
É no momento da contagem regressiva, quando todos estão focados num único pensamento, que se manifesta o mito da fênix.
A explosão dos fogos nos traz a sua característica de renovação; é o próprio renascer das cinzas. E então, ao mesmo tempo em que nos condenamos com severidade, sentimos que essa condenação fica para trás, pois já começamos o caminhar em um novo ciclo, vislumbramos com os olhos brilhando objetos e desejos, enchemos a mente de planos e o coração de esperança.
Nesse momento vivemos o mito da fênix intensamente: o que ficou no ciclo passado entra em combustão, nosso cansaço se consome nesse fogo e tudo aquilo que queremos deixar para trás se transforma em cinzas e, então, nos enchemos de força, de esperança, de planos e de projetos. Nosso coração se renova e produzimos o momento mais belo desse ciclo ressurgindo completamente renovados para trilhar nosso caminho.
Que cada um de nós possa se valer dessa oportunidade oferecida usando o aprendizado das experiências vividas, se preparando para a nova jornada com o entusiasmo de um jovem cheio de sonhos somados à sabedoria de um ancião.
Paz e Luz.
Valter Cichini Jr.Palestras e atendimentos individuais em Terapia Transpessoal.
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